Reflexão sobre o transbordamento: a síntese entre arte e política ou de como os territórios se inundam
Reflexão sobre o transbordamento: a síntese entre arte e política
ou de como os territórios se inundam
Suzana Schmidt Viganó
Este ensaio se propõe a questionar a relação entre arte e política, a partir da reflexão sobre o pensamento de Jacques Rancière e da investigação sobre os meios e modos de produção do coletivo teatral Estopô Balaio, inserido na comunidade do Jardim Romano, periferia leste de São Paulo. Traça uma cartografia de como a prática teatral mergulha em espaços de contradição, gera movimentos entre os indivíduos e o coletivo, radicalizando assim a sua própria ação artístico-pedagógica em atitude política.
Ao abrir o diálogo com coletivos que têm como foco a prática teatral na explosão de suas formas e maneiras de fazer, investigo de que maneira o campo de ação e representação dos sujeitos é afetado, nos limiares das relações cotidianas, dos espaços públicos e do seu olhar sobre as instituições. Questiono em que medida as maneiras contemporâneas de se fazer teatro, em confronto direto com o real, seja na interferência sobre o espaço, seja no esmiuçar de testemunhos e biografias, abririam novas possibilidades de convívio, reflexão, ação e (re)criação sobre a própria história.
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