Nossa História
O Coletivo Estopô Balaio é um coletivo de artistas formado em 2011, no bairro Jardim Romano, extremo leste da cidade de São Paulo e que conta em sua maioria com a participação de artistas migrantes. É por esta condição de vida, a de um ser migrante, que nos reunimos no desejo de aferir um olhar sobre a nossa prática artística encontrando como estrangeiros a distância necessária para enxergar o olhar de destino de nossos desejos. A distância geográfica de nossas lembranças e paisagens nos levaram a uma tentativa inútil na busca por pertencimento à capital paulista. Era preciso reinventá-la para poder praticá-la. Na busca pelo lugar perdido de nossa memória seguimos para fora e à medida que nos distanciávamos de um tipo de cidade localizada em seu centro geográfico, fomos nos aproximando de outras cidades, de outros modos de vida e de novos compartilhamentos. O cinturão periférico da cidade no seu vetor leste nos revelou um pedaço daquilo que tinha ficado para trás. Havia um Nordeste em São Paulo que estava escondido das grandes avenidas e dos prédios altos do centro paulistano.
O coletivo onsolidou sua atuação no espaço público, propondo novas relações com a cidade e novas experiências de praticar a vida urbana. Com repertório de espetáculos que acontecem nos vagões de trem e na rua, recebeu o prêmio Shell na categoria Inovação em 2020 com o espetáculo “A cidade dos rios invisíveis”. Na atualidade, o coletivo está formado majoritariamente por artistas indígenas. Essa configuração estabeleceu-se assim pela continuidade de nossa pesquisa envolvendo fluxos migratórios e o aprofundamento desse tema, que envolve interesses de ampliação de consciência indígena em corpos urbanizados, mestiçagem e memória étnica, fortalecimento de redes politizadas na periferia e valorização da presença de corpos nordestinos, migrantes, negros e indígenas. A cidade é suporte pictórico e dramatúrgico de todas as suas criações. Com repertório de espetáculos que acontecem nos vagões de trem e na rua, o Coletivo sempre trabalha com a perspectiva de biografar personagens reais e levá-los à cena.
O Estopô desenvolveu diversos trabalhos artísticos, entre espetáculos, oficinas, cine clube, intervenções de rua, performances, saraus. Hoje, a sede do Coletivo, Casa Balaio, abriga a residência artística de outros coletivos, bem como realiza mensalmente Cine Varal Romano, aberto à comunidade. O Estopô tem em seu repertório diversos espetáculos, tais como “Daqui a pouco o peixe pula”, “O que sobrou do rio”, “A cidade dos rios invisíveis” com 113 apresentações realizadas em 8 anos e que ganhou o Prêmio Shell na categoria "Inovação" wm 2020, e o tríptico “Nos trilhos abertos de um leste migrante” composto por “Carta 1: A infância, promessa de mãe”, “Carta 2: A vida adulta, a mulher” e “Carta 3: A velhice, o artista”. O grupo já integrou festivais como Festival de Inverno de Garanhuns em 2018 e 2019, Mostra Latino-Americana de Teatro de Rua em 2016, Festival de Teatro de Bauru 2018, FENTEPP 2018, entre outros.
Em 2017, o coletivo foi indicado ao Prêmio do Governador do Estado de São Paulo na categoria Territórios Culturais. O Estopô Balaio já integrou festivais como Festival de Inverno de Garanhuns, Mostra Latino-Americana de Teatro de Rua, Festival de Teatro de Bauru, FENTEPP 2018, Festival Literário de São Miguel Paulista, entre outros. O filme “Estopô Balaio” sobre os primeiros anos de trajetória do grupo, participou do Festival de Cinema de Brasília, Festival Latino-Americano de São Paulo, e teve distribuição pelo cinema através da SPcine.